A musicalidade de Bruno Morais

Por Giovanni Porfírio

Cantor integra a equipe de atrações do terceiro Palco Alma Londrina deste ano

Estilo musical variado em busca de uma identidade própria. Este é Bruno Morais, uma das atrações do Festival Palco AlmA, que acontece no próximo dia 30. O cantor, nascido em Londrina, se mudou para São Paulo no ano de 2005, quando iniciou sua carreira autoral. Na capital paulista, trabalhou na produção do seu primeiro disco chamado Volume Zero, cercado de vários elementos como o jazz e samba. “Eu queria falar sobre essa coisa d’eu chegando do interior e vindo para uma cidade massacrante como São Paulo”, diz.

O trabalho deu a Bruno a oportunidade de representar o Brasil no congresso de música e tecnologia Red Bull Music Academy, na cidade de Seattle, nos Estados Unidos. Quando retornou ao Brasil, o Volume Zero era ainda mais conhecido, o que rendeu ao cantor uma matéria de página inteira no jornal “Folha de São Paulo”. “O Red Bull Music Academy não é só um prêmio. Ele te coloca numa cena e em contato com a cena nova, do mundo inteiro. Isso foi um atalho de anos, eu criei uma rede muito grande de colaboradores e também pude colaborar com o trabalho de muita gente a partir dali”, disse. Após o prêmio, Bruno optou por lançar compactos, ou seja, duas músicas inéditas por ano.  O primeiro compacto, chamado Estúdio A, foi lançado em 2010. No ano seguinte, o Estúdio A 2, em seguida, Lado A Lado B, e por último, o chamado Contra a Vontade do Chão. “São músicas avulsas que não vão entrar em nenhum outro álbum. São mini obras como se fosse curta-metragem”, comenta.

Já o outro disco de grande repercussão foi o Vontade Superstar, lançado em 2009, onde Bruno integrou diversos eventos ao lado de nomes conhecidos da música, como Rômulo Fróes, Pedro Mariano e Max de Castro. Uma das faixas, chamada Há de Ventar fez parte da trilha sonora da novela Verdades Secretas, da Rede Globo, em 2015. “Fiquei muito feliz. Foi uma grande surpresa, e ao mesmo tempo foi uma confirmação de algo que eu já vinha sentindo a respeito do A Vontade Superstar, esse meu álbum de 2009. Eu acho que ele tem um fator, que é como se ele fosse um disco íntimo das pessoas. Tem muita gente que gosta desse disco, como quem gosta de uma coisa íntima. Ele nunca teve uma notoriedade, mas ao mesmo tempo ele vai alcançando esse nível “passo a passo”, afirma o cantor. De estilo musical variado, Bruno se inspira em grandes ídolos da música para compor o seu repertório. “É muito difícil para mim dizer assim, olha, o que eu faço é soul. Eu poderia até dizer para você que soul é a palavra que mais define o que eu quero fazer, mas eu não sei realmente se eu sou um cantor de soul. Provavelmente não. Eu tenho uma voz bastante ligada à voz de João Gilberto, que eu ouvi muito, eu gosto desse canto mais minimalista e tal, mas ao mesmo tempo eu ouço muita música black, do mundo. Eu gosto muito de música africana, eu gosto muito das coisas feitas no hip hop americano, soul americano e o próprio samba rock daqui”, diz.

Para o show do próximo domingo, na Vila Cultural AlmA Brasil, Bruno adianta o que será apresentado ao público. “Este show é resultado dos quatro compactos. Tem muito da Vontade Superstar, e também já aponta para o que eu vou fazer no próximo disco. Então ele é um show mais energético, tem mais pressão”, afirma. O Palco Alma deste domingo ainda reúne outros grandes nomes da música brasileira, como Seo Nelson, ícone do samba em Londrina, e a banda Abacate Contemporâneo, com uma mistura de rock e afro brasileiro.

Foto: Divulgação/Vento Festival

Por dentro da ocupação do Aguilera

Abacate Contemporâneo e as composições sobre o cotidiano