A matrilinearidade cultural contemporânea

matrilinearidade
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Essa semana o programa Marginália vem ao som de Secos e Molhados falar das atuais comunidades matrilineares da atualidade – matrilinearidade.

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Marginália - 15/08/2017
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Na definição padrão, um Matriarcado é uma “família, grupo ou Estado governado por uma Matriarca (uma mulher que lidera uma família ou tribo).” Antropólogos e feministas tem criado até classificações mais específicas para sociedades femininas, incluindo o sistema matrilinear.

Refere-se não somente ao percurso de linhagem através dos ancestrais maternos, também indica um sistema civil onde a herança e propriedade é repassada a linhagem feminina.

Enquanto as lendárias Amazonas (provavelmente o matriarcado mais conhecido) são relegadas a mitologia, aqui está um punhado de sociedades lideradas por mulheres que prosperam hoje em dia no mundo real.

Atualmente existem seis povos onde as relações sociais são focadas na figura da mulher. São elas os Bribri, os Minangkabau, os Garo, o povo Akan, os Mosuo e o povo Nagovisi.

Os Bribri são um pequeno grupo de indígena de pouco mais de 13 mil pessoas que vivem na região de Talamanca, em Costa Rica. Assim como as outros sociedades matrilineares, o grupo é organizado em vários clãs.

Com uma população de cerca de quatro milhões de pessoas, o povo Minangkabau vive na Indonésia e é reconhecido como a maior sociedade matrilinear que se tem conhecimento hoje em dia.

Além das leis que exigem que as propriedades estejam registradas no nome de mulheres e passem de mãe para filha, a sociedade acredita que a mãe é a pessoa mais importante dentro do contexto social.

Os chefes do clã são sempre homens. A responsabilidade de escolher, fiscalizar e até mesmo expulsar os líderes, porém, é das mulheres do grupo.

A sociedade dos Garo considera a linha de sucessão feminina na hora de tratar de controle de propriedades ou funções políticas, com cargos e posses que passam de mãe para filha. Sendo o governo e a administração das propriedades de responsabilidade dos homens.

Na tradição Garo, o noivo deve recusar propostas de casamento e fugir dos convites, até ser capturado. É normal que os noivos fujam várias vezes, até que um dos lados desista – a noiva cansa da captura e abandona a ideia ou o noivo desiste das fugas e aceita o casamento. Uma vez que o casal esteja junto, o homem passa a viver na casa da noiva.

O povo Akan é o maior grupo étnico de Gana, formando cerca de 47,5% da população. A organização social do grupo é fundamentada ao redor das mulheres. Homens podem carregar posições de lideração dentro da sociedade, mas apenas quando eles herdam o cargo de suas mães ou irmãs.

Vivendo perto da fronteira do Tibete, os Mosuo forma a mais popular sociedade matrilinear de nosso mundo. Segundo dados oficiais do governo chinês, o grupo faz parte de uma minoria étnica chamada Naxi, mas na verdade os Mosuo se separam desse grupo tanto em cultura como em língua.

O grupo vive dentro de casas grandes que abrigam grande parte da família, sendo que a autoridade de cada residência fica a cargo de uma matriarca. A partir daí, a sucessão de poder se dá pela linhagem feminina.

O povo Nagovisi vive no sul da ilha de Bougainville, um território no Oceano Pacífico que forma o arquipélago das Ilhas Salomão, mas faz parte da Papua-Nova Guiné. Segundo relatos do antropólogo Jill Nash, a sociedade Nagovisi era dividida em duas partes matrilineares, divididas entre clãs menores.

As mulheres dos clãs se envolvem em cargos de liderança e cerimônias, mas sentem orgulho em trabalhar nas terras em que vivem.

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