Guerras Híbridas contra as engenharias deturpadas da percepção

O que entendemos por “realidade” não está amparado na observação racional mas sim na percepção do mundo. Para o professor e pesquisador Wilson Ferreira, isso abre margem à existência de “engenharias de percepções”, reconfigurando aquilo que entendemos por Comunicação: “de informação ou sinalização de um conteúdo (ideologia, discursos, doutrina etc.) passa a ser a criação de acontecimentos em forma de ‘bombas’ que criam repercussões destinadas especificamente a alterar essa ilusão consensual”, explicou Ferreira, jornalista professor de Estudos da Semiótica e Teoria da Comunicação da Universidade Anhembi Morumbi (São Paulo), colunista da Revista Fórum e também coordenador do blog www.cinegnose.blogspot.com.

Por Emerson Dias

Em um workshop realizado em Londrina antes do Carnaval (23.2), promovido pela Frente Ampla Pela Democracia e com apoio da APP-Londrina (Associação dos Professores do Paraná), Ferreira falou sobre as “bombas semióticas lançadas pela grande mídia e pela tal opinião pública”, quase tudo muito bem construído para dar aparência de rebelião ou críticas ao status quo da política nacional e internacional, transformando todos nós em reféns que se auto amordaçam e se auto oferecem ao domínio dos gigantes corporativos. Para ele o roteiro se repetiu e ganhou diversos nomes mundo afora: “primaveras, levantes, protestos, jornadas. Não importam os termos, todas fizeram parte da estratégia da chamada Guerra Híbrida dentro dos interesses da geopolítica dos EUA”, afirmou.

A AlmA Londrina Rádio Web acompanhou o workshop, registrou o evento e disponibiliza a reportagem abaixo e também a oficina na íntegra.

Para o palestrante, o mundo atual está imerso em uma turbulência muito além das Fake News, já que envolvem Engenharia de Opinião Pública, Engenharia Social, Agenda Setting e Espiral do Silêncio, Bombas semióticas, Estratégias Hipodérmicas, Estratégias Virais, entre outras ferramentas comunicacionais. Pra encerrar, deixamos o recado final de Wilson Ferreira:“Lá atrás, nazistas usaram o rádio e o cinema. E hoje o nacionalismo de direita manipula algoritmos, inteligência artificial e mídias de convergência. Somente com uma formação interdisciplinar articulando ciências da comunicação, computação e política será possível a esquerda compreender as diferenças entre as dinâmicas de massificação e viralização, reformulando o ativismo e militância política. A esquerda terá que descer ao abismo simbólico para encontrar a si mesma.”

Dia da Mulher – Manifestações pela igualdade acontecem em Londrina

O marrento Aquaman, de James Wan