Experimento Milgram: sujeição ao domínio

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Essa semana o programa Marginália apresenta uma playlist toda composta com música iraniana para falar do experimento Milgram.

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Marginália - 01/08/2017
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Esse experimento sobre obediência à autoridade foi originalmente realizado na Universidade Yale, nos Estados Unidos, em 1961. Focava a disposição dos indivíduos em responder às ordens de um instrutor que os levava a realizar uma tarefa conflitante com a sua consciência e os seus valores.

Na experiência básica, duas pessoas chegam a um laboratório psicológico para participar de um estudo sobre memória e aprendizado. Um é chamado de “professor” e outro de “aluno”. O experimentador explica que o estudo diz respeito aos efeitos da punição no aprendizado. Sempre que o aluno cometesse um erro, o professor-sujeito era instruído a administrar a punição na forma de choque elétrico. Esta instrução, por uma figura de autoridade ou empregador, para administrar a dor em um ser humano, está no centro da controvérsia.

No experimento, o aluno é conduzido a uma sala, sentado em uma espécie de miniatura de cadeira elétrica; seus braços são imobilizados para impedir movimentos excessivos e um eletrodo é preso ao seu pulso. Entretanto, o verdadeiro objeto dessa experiência é o professor. Depois de presenciar o aluno sendo amarrado, ele senta-se diante de um impressionante “gerador de choques”.Dá-se a cada professor um choque de amostra de 45 volts, antes dele agir, e o solavanco fortalece a sua crença na autenticidade do aparelho.

Para o professor, a situação logo se transforma em tensão opressora. Para ele, não é uma brincadeira: o conflito é intenso e óbvio. O sofrimento manifestado pelo aluno o pressiona a desistir; mas cada vez que ele hesita em administrar um choque, o experimentador o manda continuar. Para se desvencilhar dessa provação, o sujeito tem de romper claramente com a autoridade.

A obediência é um elemento tão básico, na estrutura da vida social como qualquer outro. Parte do sistema de autoridade é uma necessidade de toda vida comunitária e somente a pessoa que habita em isolamento não é forçada a responder, com desafio ou submissão, às ordens de outros. Para muitos, a obediência é uma tendência comportamental profundamente arraigada, chegando mesmo a ser um forte impulso que sobrepuja o treinamento em ética, solidariedade e conduta moral.

Dos quarenta sujeitos que participaram da primeira experiência, 25 obedeceram às ordens dos experimentador até o final, punindo a vítima até que chegassem ao mais potente choque que o gerador podia oferecer.

Segundo o próprio cientista, “pessoas comuns, simplesmente fazendo seu trabalho podem tornar-se agentes de processos terrivelmente destrutivos. Além disso, mesmo quando os efeitos nocivos de seu trabalho se tornam claros e eles são orientados a continuar ações incompatíveis com seus padrões fundamentais de moralidade, relativamente poucas pessoas têm os recursos necessários para resistir à autoridade”.

O programa Marginália é fruto da parceria entre AlmA Londrina e a RUP FM 107,7 – Rádio Universitária Paranaense, de Umuarama.

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