A mistura de gêneros da Inky

Por Giovanni Porfírio

Banda paulistana promete agitar o último Palco Alma Londrina do ano

Não é eletro, é rock in roll. Essa frase resume bem o perfil da banda Inky, uma das atrações do próximo Palco Alma, dia 10 de dezembro, na concha acústica. “Ela é uma provocação. É óbvio que a gente tem muitos elementos da música eletrônica, e diversos outros estilos, mas a gente se considera, essencialmente, uma banda de rock mesmo. E isso acabou virando nosso lema”, diz a vocalista Luiza Pereira. Formada em 2010, a banda já possui vários lançamentos, bem como passagens pelo cenário da música internacional. A banda é formada por Luiza Pereira no vocal, Guilherme Silva no baixo, Stephan Feitsma na guitarra e Lucas Villela, na bateria.

Em 2011, o grupo venceu o concurso Obsessed With Sound, o que rendeu uma experiência memorável com o produtor Steve Lillywhite, que já trabalhou com bandas conhecidas do grande público, como U2 e Rolling Stones. Para Luiza, “foi uma experiência maravilhosa, de ver nossa música inserida em um outro contexto, arranjada e tocada por uma orquestra, e poder participar disso. E trabalhar com o Steve. A gente trabalhou muito, não é à toa que ele é uma lenda”, disse. Já em 2013, o grupo lançou o EP “Parallels”, o que segundo Luiza, inseriu o grupo no mercado. Uma das faixas, chamada “Baião”, é um dos destaques. “A gente tinha o desejo de produzir esse EP com dois produtores de música eletrônica mesmo, de tecno, e ver o que saía dali. Foi ótimo. A gente conseguiu um prêmio muito legal com a nossa música “Baião”, que a gente gosta muito. E ele foi um bom início para a nossa discografia”, explica Luiza.

Em 2014, vem o primeiro álbum de estreia, o ‘Primal Swag’, o que segundo Luiza, explora a rigidez da música eletrônica. A cantora ainda acrescenta que o trabalho foi importante para firmar a identidade da banda. “É um disco mais experimental, que tem uma dinâmica alta o tempo inteiro, muitos loops, ressonância, enfim. Eu acho que ele é um disco pesado. Até por isso foi importante a gente tocar tudo ao vivo, para que as pessoas pudessem ter um pouco do senso do que é a nossa performance de palco, que para a gente é uma parte importante da nossa identidade. Um bom cartão de visitas”, afirma.

Neste ano, foi lançado o disco ‘Animania’, gravado no Red Bull Studio São Paulo, assim como o Primal Swag. Segundo Luiza, é um disco mais orgânico, com menos eletrônico e mais rock. Houve mudanças também na composição da banda, com a entrada de um novo baterista. “A mudança de sonoridade do Primal Swag para o Animania foi bem natural, a gente queria que o disco tivesse muita sobreposição de ritmos, que ele explorasse ritmos latinos, e que a gente construísse um disco que soasse mais como canção mesmo”, diz. Uma das grandes experiências do grupo foi tocar no Primavera Sound, importante festival de música em Barcelona, e que reúne grandes lendas da música mundial. Segundo Luiza, “foi uma experiência maravilhosa, não só pelo tamanho, pela importância do festival, mas pela oportunidade de conhecer bandas do mundo inteiro, de ver bandas que a gente ama ao vivo. E de poder tocar num festival impecavelmente organizado, que recebe todo mundo com muito profissionalismo”.

A cantora falou sobre o cenário independente no Brasil, o que segundo ela, vem ganhando força. “Acho que os artistas independentes têm conseguido lançar trabalhos de altíssima qualidade, sem nenhuma força de gravadora por trás. Os artistas conseguem se inserir na mídia, conseguem ter uma carreira bem independente, e que compete no mesmo nível de artistas de gravadora. Mas ainda é um mercado que é enxergado de forma muito amadora. Faltam profissionalização em todos os segmentos e condições mais favoráveis para todo mundo conseguir fazer o seu trabalho, e fazer com que esse mercado ganhe força, e caminhe muito mais longe”, disse.

Uma das características do grupo é a gravação das músicas ao vivo, o que segundo Luiza, interfere na captação da energia das canções. “Tanto o Primal Swag quanto o Animania a gente gravou ao vivo toda a parte instrumental. E é muito bom também chegar no estúdio extremamente ensaiado para gravar, e isso faz com que a gente consiga extrair o melhor de cada um na performance”, afirmou. A vocalista já adiantou o que a Inky está preparando para o ano que vem. “A gente pretende lançar alguns materiais audiovisuais, e explorar um pouco do nosso disco, que foi recém-lançado. A gente vai tocar muito pelo Brasil, a gente pretende fazer algumas turnês fora, vamos ver o que rola”, disse.

O Palco Alma Londrina deste ano, em parceria com o Sesi, traz ainda outras atrações, como os grupos londrinenses Gold Soundz e Vulgar Gods, e a banda pernambucana Mundo Livre S/A. O evento será na concha acústica, com início às 4 da tarde, e a entrada é gratuita. No site da Alma Londrina Rádio Web, é possível se cadastrar no evento, e concorrer a convites e prêmios! Não dá para perder!

Foto: Felipe Gabriel/Divulgação

Para aquecer os tamborins!

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