Abacate Contemporâneo e as composições sobre o cotidiano

Por Giovanni Porfírio

Grupo londrinense é mais uma atração do Palco Alma deste domingo

A relação do indivíduo com o mundo de maneira crítica e poética. É o que o grupo Abacate Contemporâneo leva ao Palco Alma, dia 30, na Vila Cultural Alma Brasil. O grupo está na estrada desde o final de 2014 com trabalhos autorais, e tem como referência alguns ícones da música brasileira em seu repertório, como afirma o vocalista Rafael Fuca. “Basicamente, o show tem músicas próprias da banda, de um trabalho que a gente vem desenvolvendo durante esse ano, aproximadamente 10 composições nossas, e algumas coisas que a gente tem como referência, Itamar Assunção, Jards Macalé, Gal Costa e por aí vai”, comenta.

O nome da banda reflete o tom crítico e reflexivo das composições. “A primeira ideia do nome era Pipoca Moderna. A gente trocou Pipoca por Abacate e Moderno por Contemporâneo, basicamente foi isso. Mas a gente vê um sentido de ter essa mistura da terra, do tropical, com uma coisa mais atual, contemporânea, que é mais ou menos o que a gente tenta resgatar na sonoridade da banda”, afirma Rafael.

As músicas apresentadas são feitas em conjunto com outros artistas, e falam sobre o cotidiano. Rafael afirma que o trabalho de pesquisa para a criação das canções envolve a mistura de ritmos, porém, sem deixar de lado as referências da banda. “A gente tem algumas parcerias. Tem música que eu fiz sozinho, música que eu fiz com a minha irmã, tem música do Eber Prado, tem uma música do Fábio Farinha, então cada um compõe um pouco. E aí observando um pouco as letras, elas geralmente falam sobre o cotidiano, mas a gente tenta colocar um pouco de sarcasmo, ironia, a relação do indivíduo com o mundo de uma maneira crítica e poética. A gente mistura bastante elementos. A gente põe rock, ritmo afro brasileiro, é uma “mistureba”. Não deixa de ser um trabalho de pesquisa mesmo, do que são nossas referências. E independente do alcance que possa ter esse som, a gente é pensa que deve fazer aquilo que tem vontade de pesquisar e trabalhar, e tentar aos poucos ir divulgando esse trabalho”, disse.

Rafael avalia a importância do evento como uma forma de promover a cena alternativa da cidade. Segundo ele, os grupos autorais de Londrina têm certa dificuldade de serem vistos. “É muito importante que a gente tenha esses veículos de mídia independente porque o mercado hoje em dia para quem trabalha com música e tenta viver com música muitas vezes é reduzido a fazer cover. Então as casas de shows, rádios, já têm uma receita pronta, vamos dizer assim. Os grupos que realizam o trabalho de pesquisa maior e que trabalham com músicas autorais, têm uma dificuldade maior em serem vistos. Por isso a importância de ter esses veículos de comunicação que dão voz a esse tipo de trabalho e mostram a diversidade e a riqueza que é a música brasileira, a cena autoral de Londrina”, diz.

O Palco Alma deste domingo ainda reúne outros grandes nomes da música brasileira, como Seo Nelson, ícone do samba em Londrina, além de Bruno Morais, misturando o ritmo com o jazz e outros estilos.

Foto: Barbada/SENSE

A musicalidade de Bruno Morais

A referência do samba em Londrina